Não passa um dia de consultas sequer, sem que eu tenha um paciente com queixa de ejaculação precoce. É um pouco estranho pensar que, mesmo com tanta procura, sabemos que a maior parte dos homens com esta disfunção nunca procura ajuda. É ainda mais estarrecedor, quando descobrimos que o motivo do isolamento é acreditar que o seu problema é único.
Embora exista alguma polêmica a cerca do tema, a mais atual definição, propõe que ejaculações que ocorram antes ou até 1 minuto do início da penetração, em quase todas as relações, levando a descontentamento do paciente e da parceria deve ser endereçado como ejaculação precoce. Após alguma experiência atendendo casos como estes, tenho uma tendência pessoal a valorizar, na maioria das vezes, o descontentamento do casal frente o tempo percorrido.
A causa desta disfunção é ainda pouco conhecida, mas cada vez mais me convenço do já consagrado papel da ansiedade nesta doença. A pressão estabelecida pelo próprio homem sobre o seu papel e dever de alta performance, gera níveis de estresse absolutamente incompatíveis com o relaxamento necessário para uma boa relação sexual. Esta cobrança, não raro é potencializada pela parceria, que por insegurança ou descontentamento, descarrega ainda mais peso sobre os ombros de quem sofre desta condição.
Por sorte, quem procura ajuda, e se propõe a procurar uma vida sexual mais saudável, frequentemente tem a resolução deste problema.
Entender e conhecer mais sobre o próprio corpo e suas características, assim como uma relação amistosa e de confiança com a parceria, com compreensão e sem cobranças, ajuda a aliviar o fardo do estresse. Junto a este processo, usamos de múltiplas medicações, desde uso oral até uso tópico, que mostram-se bastante efetivas no controle da ejaculação precoce.
O homem precisa cada vez mais entender sobre si mesmo, e ter coragem de buscar ajuda. Sexo saudável deve fazer parte do cotidiano de cada um, respeitando e entendendo os próprios limites. Assim, alcança seu objetivo, de gerar proximidade e felicidade ao casal.